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domingo, 29 de março de 2009

Ginástica Artística: Grupo de fãs de Jade Barbosa vai vender camisolas pela Internet para ajudar a pagar os tratamentos da atleta

A ginasta brasileira, Jade Barbosa, decidiu contar com o seu grupo de fãs, de modo a conseguir fundos para poder tratar da sua grave lesão no punho direito.

A atleta pediu aos seus adeptos que fizessem várias camisolas com o nome dela e que pusessem à venda no site oficial do clube de fãs. O dinheiro que conseguirem será dividido por ambas as partes.

Jade Barbosa teve que "passar à acção" porque ninguém do Flamengo, do Comité Olímpico do Brasil (COB) e da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) se interessou em financiar os tratamentos da atleta.

A ginasta descobriu que a lesão era grave depois dos Jogos Olímpicos de Pequim, quando resolveu ir a um médico particular, pois sofria de "dores horríveis no pulso": "Já tinha sido vista pela equipa da CBG, mas nunca me disseram o que eu que eu tinha. Se soubesse que era tão grave, tinha desistido dos Jogos Olímpicos, e deve ter sido por esse motivo que eles me esconderam que tinha o pulso num estado miserável".

A jovem de apenas 17 anos de idade, que venceu duas medalhas (Ouro e Bronze) nos Jogos Pan-Americanos de 2007, não esconde a tristeza e revela que "a partir de hoje, só vou acreditar em mim, na minha família e nos meus amigos. Porque eles gostam da Jade, enquanto outros só gostam da Jade Barbosa".

Quanto ao futuro, a ginasta brasileira diz que não sabe como é que vai ser: "Tenho que esperar para ver o que é que dá a história das camisetas [camisolas]. Depois também não sei se vou ter que ser operada, e... realmente não sei. Gostava de começar a treinar em Agosto para não perder o ritmo, pois quero estar a 100% nos Jogos Olímpicos de Londres, mas tenho que esperar para ver o evoluir da situação".

Jade Barbosa revela também que ela não é a única que está a atravessar este problema: "Há por aí muita menina lesionada e a CBG e o COB não «agarram» nelas, não as ajudam. Eu ganhei duas medalhas, já fui a uns Jogos Olímpicos e tenho um grupo de fãs que resolveu ajudar-me. Mas quem não tem estes recursos? Quem nunca ganhou nada? Quem não tem dinheiro nem sequer para apanhar o ônibus [autocarro] para ir aos treinos? Quem ajuda essas atletas? Eu tento ser um exemplo para elas, tento dar-lhes força e motivação, mas quando apanham uma lesão destas e toda a gente lhes fecha as portas, o que é que elas fazem? A maior parte desiste!".

A mesma opinião tem a presidente de Federação de Ginástica do Rio de Janeiro (FGRJ), Andréa João, que em 2006 quase teve que encerrar a Federação por falta de verbas: "Aqui no Rio o problema não é muito grave, porque o COB funciona aqui e ainda vai dando algumas ajudas, apesar se serem muito escassas. Agora, em zonas do interior do país, onde não há Federações, Associações, nem sequer infra-estruturas, como é que as atletas vão sobreviver? Como é que vão continuar a fazer aquilo que elas gostam? Aquilo que lhes dá prazer?".

Diante tantas críticas, o jornal Agência Brasil tentou obter reacções das Secretarias de Estado, da CBG, do COB e do Flamengo, mas só o clube respondeu pela voz do vice-presidente para a área das modalidades olímpicas, João Henrique Áreas. O dirigente esclareceu que "a Jade nunca pediu apoio médico. Se ela tivesse pedido, seria atendida nem que fosse pelo médico do Departamento de Futebol Masculino. Agora não podemos fazer nada, pois ela não se lesionou ao serviço do clube, por isso o clube não pode financiar o que quer que seja. Além disso, a crise também nos está a atingir e nós vamos ter que desistir de algumas modalidades. Ainda nada está decidido, mas a Ginástica Artística está em risco, assim como outros desportos, que merecem o nosso respeito, mas que consideramos ser de menor valor desportivo e cultural".


Jornalista: João Miguel Pereira